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A Maravilha do Século na Semana do Contestado

  • 28/10/2019
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A população caçadorense participou de uma sessão cinema na Casa do Povo. A exibição de A Maravilha do Século, da diretora Marcia Paraíso, rolou nesse sábado 26, às 19h, em uma iniciativa da V Semana do Contestado. Ricardo Pelegrinello, autor da Lei que institui a Semana no calendário do Município, deu as boas-vindas à cineasta, diretora do filme, Márcia Paraíso e Ralf Tambke, dire fotográfico e ao público presente.
O documentário, realizado com recursos do edital Prêmio Catarinense de Cinema, da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), aborda a passagem do monge, e a tradição de fé nos lugares que ele passou e que resiste até os dias de hoje. As gravações foram feitas durante cerca de dois anos em algumas cidades de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, além do México, Peru, Cuba, Estados Unidos e Itália.
De acordo com Marcia Paraíso, o trabalho reúne espiritualidade e materialidade - provas da passagem de Agostini pelo mundo, desde o registro de batismo na cidade de Novara, região do Piemonte, Itália, até sua lápide em um cemitério no Novo México, EUA. Batizados como "Joaninos" pela antropóloga dra. Tania Welter, palestrante que abriu a programação da V Semana do Contestado de Caçador, afirma que os relatos dos seguidores do monge se entrelaçam, independentemente do idioma falado ou da parte do mundo.
"É uma satisfação voltar para Caçador, estive aqui na 1ª Semana do Contestado com a Terra Cabocla e agora volto com A Maravilha do Século na V Semana, me sinto muito honrada em poder dividir a história do primeiro João Maria com a comunidade caçadorense", fala a cineasta. Após o filme Márcia e Ralf conversaram com a comunidade esclarecendo dúvidas sobre a trajetória de Giovanni Maria de Agostini, mais conhecido na historiografia catarinense como "profeta", "monge" ou "São João Maria".
O MONGE
Sobre o personagem
Em 1861, o italiano Giovanni Maria de Agostini foi fotografado em Havana, Cuba, o primeiro registro fotográfico que se tem notícia sobre ele. A foto circulou pelas ruas em forma de cartão postal e foi batizada como "a maravilha do século". Um homem que tinha caminhado pelas Américas, entre desertos, florestas, sertões, guerras, revoluções.
Agostini poderia ter passado despercebido por seus feitos aventureiros de andarilho das Américas se não fosse a tradição religiosa que iniciou e que permanece até hoje. A documentarista Marcia Paraiso ouviu falar de João Maria - como é conhecido pelos caboclos do planalto de Santa Catarina, quando filmava pela região. Chamado de "profeta", "monge" ou "São João Maria", a forma como seus seguidores perpetuam uma memória oral que reverencia uma fé simples, distante dos dogmas da Igreja tradicional, próxima aos conhecimentos relacionadas às ervas e respeitando a natureza, fez com que ela se interessasse em contar sua história, dessa entidade tão forte e presente no universo caboclo do sul do Brasil.
"Percebi que precisava dar um embasamento histórico sobre a real existência do monge, muitos questionavam se ele realmente existiu, ou se era uma lenda da cabeça das pessoas. E também senti a necessidade de mudar a forma de como a população interiorana é conhecida, modificando aquela ideia de pessoas ignorantes, julgadas menores e por isso, mais suscetíveis às crendices e às coisas que não existem", justifica Márcia.
FICHA TÉCNICA
Documentário, 87 minutos
Direção - Roteiro - Produção: Marcia Paraiso
Consultoria: Alexandre Karsburg, David Thomas e Tania Welter
Direção de Fotografia: Kike Kreuger e Ralf Tambke
Som direto: Ju Baratieri
Montagem: Glauco Broering
Edição de som e mixagem: Leonardo Queyroi
Trilha sonora original: Luiz Gayotto e Rovilson Pascoal
Produção executiva: Helio Levcovitz e Ralf Tambke
Produtor associado: David Thomas

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