António Nóvoa efetua abrangente análise da ontologia do profissional da educação, mormente o professor. Inicia com abordagem estrutural, para enfocar os atributos mais específicos.
A sociedade, como já visto anteriormente, tem sido perpassada por profundas transformações sociais. A formação do professor necessita acompanhar esse cenário de transformações, conforme salienta Prof. António Nóvoa.
Para este autor, considerando-se as dificuldades decorrentes das mudanças profundas que afetam o trabalho cotidiano dos professores na sala de aula, emerge a necessidade de mudanças nos enfoques e nos conteúdos da formação inicial fornecida aos professores.
Com isso, procura-se evitar a reprodução, nos novos sistemas de formação, dos antigos conteúdos e objetivos de enfoques de formação de professores que correspondiam a sistemas educacionais que deixaram de existir.
Portanto, é relevante adequar a formação dos professores à realidade atual.
No entanto, isso implica o desafio de assumir as docências de novas matérias emergentes e encarar a formação dos próprios formadores.
Ainda assim, tal processo se torna necessário, porquanto não se pode continuar a formar professores da mesma maneira que se fazia há muito tempo e, entrementes, esperar maior flexibilidade e capacidade de adaptação dos sistemas educacionais.
O domínio das matérias científicas que o professor vai ensinar representa uma base imprescindível sem a qual se torna inviável construir uma formação sólida.
Portanto, é fundamental que o professor tenha uma formação científica em nível universitário, com uma visão humanista das ciências, capaz de compreender não somente os conhecimentos científicos básicos, mas sobretudo, o valor humano do conhecimento que é transmitido aos estudantes.
No entanto, tudo isso precisa estar enquadrado dentro da realidade atual da era do conhecimento. O verdadeiro professor deve propiciar aos alunos a compreensão do mundo que os cerca e influencia, resgatando a ciência e a cultura e permitindo que os mesmos entendam-se a si mesmos.