O ex-prefeito de Caçador, Gilberto Amaro Comazzetto, fez uso da Tribuna Livre durante o trelelê da CMC desta terça-feira 4. O principal objetivo foi contestar os números apresentados pela atual Prefa Municipal, referente à suposta dívida deixada pelo seu mandato, de aproximadamente de R$ 37 milhões.
Segundo ele, a manifestação foi feita somente agora porque esperava pelo balanço final dos números de 2016, a fim de se pronunciar baseado nos papélis.
Durante o seu pronunciamento, o ex-prefeito afirmou que não existe o montante de déficit divulgado pela imprensa, em coletiva com o prefeito Saulo e criticou os veículos de comunicação que, segundo ele, apresentaram os números sem ouvir a sua versão sobre os fatos. " Emora o estrago feito da minha imagem pública, da minha família exposta foi muito grande isso, vou ver futuramente se faço ou não uma representação contra essas pessoas. Por que quando apresentaram as contas do quadrimestre, poucas pessoas anunciaram em seus sites essas coisas ou se calaram. Fechamos o último ano com um superávit orçamentário de R$ 18 milhões, onde, em 2016, para cada R$ 1,00 de despesa prevista, o Município contraiu R$ 0,94. Além disso, consta em ata que em 1º de janeiro deste ano, ao fazermos a transição de governo, anunciamos o montante de R$ 9 milhões em caixa, se o Saulo quizesse teria pagos os fornecedores", frisou o ex-prefeito, confirmando, no entanto, cerca de R$ 7,1 milhões de dívidas com fornecedores.
Beto disse ainda que no período em que esteve como prefeito efetuou o parcelamento de pendências junto ao IPASC, as quais se arrastam desde o governo de Fernando Driessen, bem como financiamentos junto ao Badesc, aprovados pela Câmara de Vereadores e ratificados pela Secretaria do Tesouro Nacional, ao constatar que o Município possui capacidade de endividamento. "São valores que estão por pagar e não se pode ser englobado como dívidas deixadas, como foi divulgado, já que ainda não venceram e os financiamentos são em até 60 meses. Além disso, quando aprovados foi constatado que o Município teria condições de quitá-los", afirmou.
"Esses financiamentos não foram exclusividades do meu mandato, visto que também paguei alguns efetuados pelo atual prefeito em seu mandato anterior. Infelizmente, não há como fazer obras sem efetuar empréstimo", completou.
Ainda Beto em seu pronunciamento disse, que deixou muitos veículos, já na administração passada do Saulo, só tinha veículo alugados com empresas, com valor de mais de R$ 90 mil em aluguéis. Em desabafo Beto disparou, "paguei muitas contas do Saulo, é uma covardia o que fizeram comigo, vim a público fala e fazer acusação é facil, mas eu quero que prove com documentos com eu estou fazendo, e por favor parem de fala e fica chorando".
Beto falou também que tinha 5 milhões de emendas para asfaltar ruas, "mas em vez de asfaltar as ruas da Morada do Sol, o Saulo preferiu asfaltar as ruas próximas do supermercado Queluz. Fui buscar emendas parlamentar para asfaltar seis ruas, e ele foi buscar emenda para comprar três ônibus escolares, não que seja importante, mas precisamos asfaltar ruas principalmente para pessoas mais carentes", disse.
No final da explanação, Beto entregou a Rubiano Schmitz cópia da papelada usada como base para a sua manifestação, e fez um último desabafo, "Meu nome está enchovalhado nas redes sociais, e por uma imprudência de pessoas que vão passar por isso e já passaram e tem processo e condenação. Então tem que toma cuidado com o que se fala, a rede social banalizo, agora se não der um basta nisso principalmente com essas vinculações de imprensa. Façam as obras que prometeram para o povo, eu não falo da vida de ninguém, nem da vida particular e nem da pública tá na hora de parar", concluiu Beto.
Números serão analisados
Rubiano informou aos presentes que pretende fazer um estudo minucioso dos números apresentados por Beto e também pela prefa municipal, visto que há divergências entre os balanços apresentados. "Quando este trabalho estiver finalizado farei uso da Tribuna Livre para abordar o assunto, inclusive, convidarei o senhor para estar presente e, se desejar, fazer o uso da palavra novamente", disse, referindo-se ao ex-prefeito Beto.
Rubiano ainda contestou algumas falas de Beto. Uma delas, quando afirmou que as contas do prefeito Saulo Sperotto seriam aprovadas sem ressalvas pela Câmara por ter a maioria na Casa. "Discordo com esta afirmação porque desde o início do meu mandato tenho dito que queremos uma relação harmônica com o Executivo, porém, somos independentes. Caso as contas do Prefeito Saulo venham com parecer pela rejeição do Tribunal de Contas, vamos analisar com responsabilidade e dar o nosso parecer, sem cores partidárias", frisou.
Opiniões divergentes
Já Cleony Figur disse ter um entendimento diferente quanto aos parcelamentos. Para ela, mesmo que os valores contraídos estejam no prazo de pagamento até 2020, os recursos das parcelas sairão dos cofres do Município, comprometendo os orçamentos dos próximos anos, por tanto considera dívida contraída.
Ela também destacou que os números relacionados ao balanço final enviado pela prefa e os números apresentados no trelelê público do 4º quadrimestre referentes ao exercício de 2016 não são os mesmos. "Temos divergências no que se refere as despesas gerais, e em setores como saúde e educação, por exemplo. Não poderia a meta do quadrimestre ser diferente da do balanço", indaga.
Esclarecimentos importantes
Já Lilo destacou que partiu dele o convite para a vinda do ex-prefeito Beto à Câmara, ressaltando que sua fala foi esclarecedora, e solicitando que o balanço entregue ao abóbrão-mor da Casa fosse encaminhado também aos demais abóbrões.
Outras manifestações
Além dos abóbrões citados, o líder do prefeito, Moacir DAgostini também fez indagações. "Pelos números apresentados os valores que o Município terá de pagar até 2020 chega a R$ 35 milhões",.
Além de Moacir, Marcos Creminácio, Neri Vezaro e Márcio JF também se pronunciaram.
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