A saída de 250 Dotôs cubanos do programa Mais Médicos, na Santa & Bela preocupa os municípios. Muitos deles dependem dos profissas de Havana para manter o atendimento a tchozada, e temem pela demora na reposição dos dotôs. Mafra, Joinville, Navegantes, Içara e Caçador concentram 47 dotôs cubanos, ou 23% do total de profissas de Havana no Estado.
Mafra é o município é o que mais tem cubanos, pelo projeto na Santa & Bela, são 13. Eles respondem por 72% do total de dotôs que atendem nas equipes de Saúde da Família nos postos da cidade do Planalto Norte. A preocupação, segundo a secretária de Saúde de Mafra, Jaqueline Previatti Veiga, é com a descontinuidade do programa:
" Essa possibilidade de termos 100% de cobertura [da atenção básica] só se deu por conta do programa Mais Médicos. Sem o programa, os municípios não têm como tocar a atenção básica sozinhos. A partir da conquista do programa que conseguimos estruturar a atenção básica. E isso tudo vai retroceder, é o caos. Se a gente não conseguir a reposição desses médicos nos municípios vai ficar complexa a atenção primária", afirma.
Jaqueline explica que além dos 13 dotôs cubanos, ainda tem um brasileiro, e um venezuelano atuando pelo Mais Médicos, além de dois dotôs bancados pelo município, que conta com 18 equipes de Saúde da Família. A secretária acrescenta que há muita dificuldade de permanência dos dotôs na cidade, que costuma atrair recém-formados e que saem quando conseguem outras oportunidades.
A expectativa é receber comunicado oficial, sobre a saída dos dotôs cubanos do programa na segunda-feira, diz Jaqueline.
Joinville é o segundo município catarinense com maior número de dotôs cubanos: 11. Seguido por Navegantes e Içara, com nove cada. Na cidade do Litoral Norte, os dotôs cubanos atendem nos bairros Machados, Nossa Senhora das Graças, São Domingos 2, Centro, Gravatá, Meia Praia, Verde Mar e São Pedro. O Bairro São Pedro é um dos que mais preocupa, já que a única dotora que atende no local é de Cuba.
Em Içara, dos 14 que atendem na atenção básica, nove são cubanos, o que impacta diretamente no atendimento de quase 25 mil moradores. Esses dotôs atuam em oito Estratégias de Saúde da Família (ESFs) e no primeiro semestre deste ano realizaram 19,2 mil procedimentos entre consultas, pré-natal, receitas e atendimentos domiciliares.
Já em Caçador são cinco dotôs cubanos pelo Mais Médicos, além de três venezuelanos. Dentre as 13 unidades de saúde, os profissas de Havana atuam nas áreas consideradas de maior vulnerabilidade, explica o secretário de Saúde, Ademar Schmitz. Ele diz que a maior preocupação é com a agilidade na contratação de novos profissas:
De certa forma já era esperada a substituição de dotôs cubanos por dotôs brasileiros, mas não assim de uma hora para outra. Se for substituído em prazo relativamente curto, não haverá problema.
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