No próximo domingo 9, a União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC) organiza uma paralisação em todo o transporte rodoviário de cargas por tempo indeterminado. Em nota a entidade afirma que o governo federal, não cumpriu o compromisso assumido no último protesto, referente à tabela de valores mínimos para o frete rodoviário e sobre a divulgação dos pontos de fiscalização.
As medidas teriam que ser, de acordo com a categoria, tomadas pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). A mobilização de maio parou o país, e causou uma das piores crises de desabastecimento em várias regiões e no Distrito Federal.
"A falta de fiscalização e atitudes práticas da parte do órgão fiscalizador tem trazidos enormes prejuízos aos caminhoneiros autônomos do Brasil, o desrespeito descarado das empresas transportadoras que não estão obedecendo a lei", diz o comunicado.
Para evitar a paralisação, a entidade pede, entre outras coisas, a dissolução da diretoria da ANTT e o cumprimento imediato do acordo.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou, por meio de nota divulgada na noite deste sábado 1º, que vai publicar uma nova versão da tabela dos preços dos fretes. O órgão destaca que a medida ocorre em razão à oscilação de 13% no preço do diesel, comparado à planilha de cálculos utilizada na edição da tabela. A Petrobras reajustou os valores do combustível na quinta-feira 30, após 60 dias de congelamento.
Confira a nota da ANTT na íntegra:
"A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informa que, em cumprimento ao disposto no §3°, do artigo 5°, da Lei 13.703/2018, publicará uma nova versão da tabela de frete devido à oscilação superior a 10% no preço do óleo diesel em relação ao considerado na planilha de cálculos utilizada na Resolução n° 5820/2018. "
Diesel
A paralisação também foi marcada logo após a Petrobras anunciar, na sexta, que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) elevou o preço de referência para comercialização do diesel, reajustando o valor nas refinarias em cerca de 13%.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), uma das responsáveis pelas negociações com o governo durante a mobilização de maio, solicitou audiência à Casa Civil para discutir o aumento. Também em nota, a entidade informou entender "que, independentemente do aumento no preço internacional, o governo deve cumprir a Medida Provisória 838/2018 e manter a subvenção de R$ 0,46 do valor do diesel até o final do ano".
PIB
A última greve dos caminhoneiros afetou o abastecimento, e atividade econômica do país e provocou caos e desabastecimento generalizado. A equipe econômica do governo estima que o movimento tenha causado perda de R$ 15,9 bilhões.
Segundo dados do IBGE divulgados nessa sexta-feira (31/8), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 0,2% no segundo trimestre do ano, após alta de 0,4% no primeiro trimestre, refletindo a fraca atividade econômica no país.
Analistas do mercado apontam que a paralisação dos caminhoneiros, no fim de maio e início de junho, foi um dos fatores determinantes para o tímido resultado.
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