Nestaquinta-feira 2, nove pessoas ganharam o teje preso temporariamente na Operação Emergência, desencadeada em Caçador e região, segundo o MPSC, que coordena a investigação. Eles são suspeitos de integrarem uma organização criminosa que fraudava a lista de espera por procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os presos são agentes públicos e profissas da saúde. A prisão temporária é de cinco dias, podendo ser prorrogada por igual período. Eles foram conduzidos para ao xilindró de Caçador, segundo o MPSC.
Além das prisões, também foram cumpridos 38 mandados busca e apreensão. Os alvos foram Caçador, Lebon City, Ibiam, Timbó Grande, Ibicaré, Videira, Rio das Antas, Calmon, Santa Cecília, Faxinal dos Guedes, Ponte Serrada.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências, empresas, consultórios médicos, órgãos públicos e estabelecimentos hospitalares. Foram apreendidos aparelhos eletrônicos, documentos relacionados aos pacientes atendidos pelo esquema criminoso e quantias em din din.
Confira a relação dos presos na operação:
1. Selmir Paulo Bodanese, de Rio das Antas;
2. Zélia Cardoso dos Santos, de Rio das Antas;
3. Ricardo Chagas Bassan, Dotô;
4. Rogerio Neves, de Balneário Camboriú;
5. José Roberto Queiroz, Dotô de Caçador;
6. Sarah Cristina Chiesa Massoco, enfermeira de Caçador;
7. Sérgio José Schmitz Júnior, dire do hospital Maicé de Caçador
8. Márcio José Farrapo, vereador de Caçador
9. May Filho Chagas da Silveira, Dotô de Videira.
Investigação
A Operação Emergência apura a prática dos crimes de organização criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, concussão, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, falsidade de atestado médico, fraude em licitação, entre outros crimes e atos de improbidade administrativa.
O nome da operação deve-se ao fato de a investigação apontar que a organização criminosa atuava de modo a "emergenciar" os pacientes favorecidos, simulando situações de emergência clínica para que os pacientes, mediante pagamento ou outros interesses, recebessem atendimento como urgência hospitalar, burlando as centenas de pessoas que aguardam procedimentos cirúrgicos nas listas de espera do SUS.
Durante a investigação constatou-se esquema paralelo e escuso de "fura-fila" no SUS, envolvendo agentes públicos e terceiros, que beneficiam pessoas determinadas em procedimentos cirúrgicos e, mediante o pagamento indevido e violação às regras de organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde, adotam medidas ilícitas, para "agilizar" o atendimento respectivo, em sua maioria no Hospital Maicé de Caçador. Entre as práticas ilícitas adotadas para agilizar e desrespeitar a ordem de atendimento estava a inserção de dados falsos no Sistema Nacional de Regulação (SISREG) pelos profissionais de saúde, que registravam um procedimento eletivo como "emergência".
Em nota oficial, a direção do hospital Maicé informou que são apuradas possíveis irregularidades cometidas por prestadores de serviços e colaboradores, e que a direção está auxiliando e disponibilizando tudo aquilo que for necessário para esclarecer os fatos e apurar as responsabilidades.
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