Na manhã desta quinta-feira 31, o 15º Batalhão de Poliça Militar, em Caçador, emitiu uma nota de esclarecimento, sobre a prisão de dois manifestantes na tarde desta quarta-feira 30. Eles respondem por três crimes: desacato, desobediência e incitação à subversão da ordem política ou social.
A jovem que foi presa na ocasião divulgou nas redes sociais, que a manifestação era pacífica, e que não havia nada irregular. A guria acusa os policiais de agirem com agressividade.
Nota da Poliça
1. Os policiais militares agiram para dar efetividade à decisão judicial autos nº 0305220-61.2018.8.24.0023, da comarca da capital do Estado de Santa Catarina, a fim de determinar a todos que se absterem de impedir, obstaculizar ou dificultar a passagem de todo e qualquer veículo que circulasse nas vias estaduais ou municipais;
2. Os policiais militares agiram no cumprimento de ordem do Subcomandante Geral da Polícia Milita de Santas Catarina - PMSC, para a dissolução e desmontagem de todo e qualquer piquete ou dispositivo, barreiras e similares instalados de forma irregular às margens das vias ou sobre ela;
3. Os manifestantes foram devidamente cientificados fazia mais de 20 horas e o homem preso gritou que não sairia do local de forma alguma e queria ver quem o retiraria dali, ainda incitando os demais presentes para que não saíssem, ficou agressivo e resistiu a prisão;
4. A filha do homem preso começou a incitar as demais pessoas para investirem contra os policiais militares, tentou ainda agredi-los desacatando com palavras de baixo calão, encontrava-se bastante alterada e agressiva e a todo momento dizia que não sairia do local em hipótese alguma;
5. Diante da negativa do homem e da mulher, o uso progressivo da força foi iniciado pelos policiais militares através da verbalização, o que foi ignorado e desrespeitado por eles, levando ao uso da força menos letal para contê-los, que foi o controle de contato e condução coercitiva;
6. Diante das repercussões nas mídias sociais, ressalta-se que o grande perigo para a sociedade não está no fato de achar normal o cidadão desobedecer à ordem do policial, mas sim em não entender que este desrespeito se dá ao "poder constitucional do Estado em preservar a ordem pública". Logo, aceitar o enfraquecimento do poder do Estado, gera o enfraquecimento da justiça e seus desdobramentos na área da Segurança Pública.
Renato Leandro de Medeiros
Tenente Coronel comandante do 15º Batalhão de Polícia Militar
Nota da guria presa
"Dispenso curiosos e pessoas que não estavam lá pra ver o que de fato aconteceu!
Sim! Fui presa hoje juntamente com meu pai, e SIM foi porque estávamos em manifestação pacífica inclusive com crianças junto.
Estávamos em plena manifestação pacífica, quando um número grande de policiais chegaram e mandaram a gente se retirar, resistimos uma vez que estávamos na grama (não no asfalto) e de forma pacífica, eles insistiram e vendo que não teriam resultados partiram para a ignorância, chutaram nossas coisas, deram gravata no meu pai (e chegaram a conversar entre eles pra apagar o pai), um homem cujo nome não farei menção me segurou forte nos braços causando lesões no meu braço direito, me deu um tapa na cara , SIM GENTE, UM POLICIAL MILITAR CAÇADORES DE ME DEU UM TAPA NA CARA (e todos viram obviamente) e se não bastasse me chamou de vagabunda ! Posteriormente nos algemaram e fomos presos. O que eles alegaram? Que estávamos atrapalhando a via, desacatamos eles e nossa manifestação não era pacífica. Depois de algumas horas na delegacia, pagamos uma fiança e fomos liberados. Entramos contra dois dos policiais e vamos representar contra eles logicamente. Então gente, essa é nossa cidade, essas são pessoas que supostamente deveriam nos defender do perigo, e esse é nosso país! O país aonde não temos voz, não podemos nos manifestar, e nunca nada irá mudar. Meu pai e eu já estamos sofrendo preconceito da parte de algumas pessoas, mas claro que não estavam lá, os que estavam nos apoiaram, eles viram a covardia. Hoje eu me calo, nunca mais irei às ruas, nunca mais terei esperança. Com 20 anos hoje, eu desacredito do Brasil e não vejo a hora de estar longe, não é aqui que quero que a Sarah e meus netos cresçam. Ao militar que me chamou daquilo e me agrediu, você irá pagar e será caro, pois quem cuida de mim é Deus e Dele vem a justiça. Me despeço com o coração em lascas, me sentindo terrivelmente calada (de todas as formas) por esse sistema sujo e podre que é o Brasil!
Thais Ritchelly Crestani"
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