• Adelcio Machado dos Santos
  • Divulgação

Gestão do Capital Intelectual X V I

  • 02/05/2017
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Os sistemas de mensuração dos ativos intangíveis também consideram que o capital intelectual é um passivo e não um ativo, devendo ser entendido de modo idêntico ao patrimônio líquido. Por isso deve ser considerado um empréstimo feito pelos credores, ou seja, pelos clientes, funcionários, acionistas e assim por diante. Nesse ponto, revela-se à prática do setor financeiro de somente conceder empréstimos para investimentos garantidos por patrimônio tangível. Quando se compara o balanço contábil, o financiamento é visível e consiste em cotas de participação acionária e empréstimos.
Por outro lado, os ativos intangíveis são financiados, sobretudo, por meio do patrimônio invisível dos acionistas, que se forma a partir da diferença entre o valor contábil e o valor de mercado. Também se leva em conta nesse financiamento as obrigações contingenciais para com os funcionários, como indenizações, privilégios, entre outras. Isso resulta da relutância dos bancos a conceder empréstimos para investimentos em ativos intangíveis, sem caução tangível para assegurar o retorno. No entender de Carbone (2005), esse tipo de ação, de bloquear o crédito às organizações de conhecimento, significa impedir que o conhecimento prospere em escala mais rápida.
Os modelos de mensuração de ativos intangíveis consideram ainda que o capital intelectual é uma informação complementar, e não subordinada às informações financeiras. Essa perspectiva pode colocar em xeque os métodos de trabalho dos contadores, auditores e controladores, sustenta Carbone (2006).
A tentativa dos pesquisadores que defendem a mensuração de capital intelectual é de aproximação com a categoria de contadores, evidenciando os benefícios do modelo sem desconsiderar a relevância dos indicadores financeiros. Diversos estudiosos entendem que seria inviável a categoria dos contadores modificar de modo radical os seus métodos de trabalho. Ainda assim, prevalece o entendimento de que, com o passar do tempo, certamente os contadores adaptar-se-ão a nova realidade, processo esse que já perpassou diversas outras profissões que tiveram seus métodos de trabalho questionados (CARBONE, 2005).
REFERÊNCIAS
ANTUNES, M. T. P. Capital intelectual. São Paulo: Atlas, 2000.
CARBONE, P. P. Gestão por competências e gestão do conhecimento. Rio de janeiro: FGV, 2005.
KAPLAN, R. S. Dos custos à performance. HSM Management, São Paulo, v.13, p. 6-11, mar./abr. 1999. Entrevista concedida a José Salibi Neto.
KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
KAPLAN, R. S; NORTON, D. P. Mapas estratégicos: convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
MENDES, S. P. Gestão do conhecimento individual. Florianópolis: Visual Books, 2005.
PONCHIROLLI, O. Capital humano: sua importância na gestão estratégico do conhecimento. Curitiba: Juruá, 2005.

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